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PROF: ALAOR MARTINS

Nome : Alaor Martins

Formação Acadêmica : História UCG

Tempo como Docente : 12 anos

Quantidade de alunos no decorrer da profissao : 50 mil alunos

Especialização : História de Goiás

E-mail : ala.tur@hotmail.com ou ala-tur@bol.com.br


As Primeiras Bandeiras

No primeiro século da colonização do Brasil, diversas expedições, “entradas, descidas”, percorreram parte do território do atual Estado de Goiás, organizadas principalmente na Bahia. De inicio seguiam em canoas o curso dos rios: Paranaíba – Tocantins – Araguaia, até voltar pelo Tietê e São Paulo, naquele tempo, sem pressas, uma dessas viagens podia demorar dois ou três anos. Mais tarde – depois de 1630 – introduziu-se o uso de muares e as bandeiras preferiam a viagem por terra.

A primeira bandeira, que partindo de São Paulo, possivelmente chegou até os sertões de Goiás no leste do Tocantins, foi a de Antonio Macedo e Domingos Luís Grau (1590 – 1593).

Outro tipo de expedições eram as “descidas” dos jesuítas do Pará. Os jesuítas tinham criado na Amazônia um sistema bem estruturado de “aldeias” de aculturação indígena – as missões jesuíticas – e vinham para tentar catequizar os índios do Brasil Central, não aqui em Goiás, mas tentando fazer com que os indígenas migrassem para suas missões. Portanto, nem bandeirantes nem jesuítas vinham para ficar-se em Goiás. Levavam índios goianos para o Sul e para o Norte, traçavam roteiros para mostrar o caminho, mas não vinha, a Goiás para criar povoações.


Descobrimento de Goiás

É costume dizer que o descobridor de Goiás foi o Anhanguera. Isso não significa que ele fosse o primeiro a chegar a Goiás, mas sim que ele foi o primeiro a vir a Goiás com intenção de se fixar aqui. Isso se deu dentro da conjuntura do descobrimento de ouro no Brasil.

Bartolomeu Bueno da Silva, experiente sertanista, era cego de um olho. Talvez desse defeito físico venha o apelido “Anhanguera”, de origem e significados discutidos. Quase todos os sertanistas eram apelidados pelos índios. Quando ao fato de haver ateado fogo num prato de aguardente para amedrontar os índios a fim de que lhes mostrassem, não se tratava de fato original. Era um ardil comum, próprio de exploradores. Segundo Pedro Taques, linhagista paulistano, o primeiro bandeirante que usou esse método foi Francisco Pires ribeiro, sobrinho do Caçador de esmeraldas, nos sertões de Minas Gerais.

Os principais financiadores de bandeira da Anhanguera foram ela próprio e seu genro, João Leite da Silva Ortiz.


Viagem da Bandeira

A bandeira saiu de São Paulo a 3 de julho de 1722. O caminho já não era tão difícil como nos primeiros tempo. Ate o rio Grande era bem conhecido dos paulistas, com alguns moradores e com roças; para alem, o Anhanguera dizia possuir um roteiro, ate o lugar do ano.

Mas a natureza não foi muito generosa em algumas regiões semi-desérticas do cerrado do Brasil Central e muitos dos componentes da bandeira acabaram morrendo de fome, os sobreviventes, segundo relato do Alferes Braga, participante que acabou desistindo e desertando da bandeira, precisaram comer macacos, os cachorros e alguns cavalos para conseguir escapar à fome.

O Anhanguera era um homem obstinado: disse que preferia a morte a voltar fracassado. No fim acabou tendo sorte. Numa das voltas das bandeiras, quando já lhe restavam poucos companheiros: que os outros haviam morrido de fome, doença ou em escaramuças com índios hostis, descobriu ouro nas cabeceiras do Rio Vermelho, na atual região da cidade e Goiás.  


Povoamento de Goiás

A primeira região ocupada foi a região do Rio Vermelho. Fundou-se ai o Arraial de Sant´Ana, que depois seria chamado Vila Boa e, mais tarde, cidade e Goiás, sendo durante 200 anos a capital do território. Pelos registros da capitação, sabemos que dez anos depois, em 1736, já havia nas minas de Goiás 10.263 escravos.

O povoamento determinado pela mineração do ouro é um povoamento muito irregular e mais instável, sem nenhum planejamento, sem nenhuma ordem. Onde aprece ouro, ali surge uma povoação; quando o ouro se esgota, os mineiros mudam-se para outro lugar e a povoação definha ou desaparece.

Três zonas povoaram-se assim durante o século XVIII com um relativa densidade:

A primeira no Centro-Sul, com uma serie desconexa de arraias no caminho de São Paulo ou nas proximidades: Santa Cruz, Santa Luzia (Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), principal centro de comunicações, chegando a disputar com Vila Boa e categoria de sede do governo, quando da criação da província Goiás, Jaraguá, Vila Boa e arraias vizinhos.

A segunda zona na “região de Tocantins”, no alto do Tocantins ou Maranhão: Traíras, Água Quente, São Jose (Niquelândia), Santa Rita, Muquém, etc.

É, por fim, o verdadeiro Norte da capitania abrangendo uma extensa zona entre zona entre o Tocantins e os chapadões dos limites com a Bahia: Arraias, São Felix, Cavalcante, Natividade, São Jose do Duro (Dianópolis), Porto Real (Porto Nacional), o arraia mais setentrional.


Goiás Dentro do Sistema Colonial

O sistema colonial fundava-se no que hoje se chama de “pacto colonial”.

Ao descobrir-se o ouro na Brasil, no final do século XVII, esse produto passou, imediatamente, a ocupar o primeiro lugar na estimação das autoridades e do povo, isso se devia, em grande parte, à mentalidade mercantilista, que durante algum tempo, identificou a riqueza com a posse dos metais preciosos (metalismo).

Os alimentos e todas outras coisas necessárias para a vida vinham das capitanias da costa. As minas eram, assim, uma espécie de colônia: um território dependente economicamente dos produtos e dos comerciantes da Bahia, do Rio e de São Paulo.

Por ordem real, todos os braços disponíveis deveriam ser empregados na extração do ouro, isso nos explica o pouco desenvolvimento da lavoura e da pecuária em Goiás, durante os cinqüenta primeiros anos. Outro fator que desestimula a produção de produtos agrícolas eram os altos impostos cobrados na época.

Mineiros naquele tempo significava, não como hoje, aquele que trabalha na mina, mas o proprietário de lavras e escravos dedicados à lavoura, algo assim como o fazendeiro de hoje.

Ser mineiro, era a profissão mais honrosa, significava o mais alto status social. Todos queriam ser mineiros e ninguém queria ser chamado d roceiro, profissão desprezada.


A Mineração em Goiás

Dois tipos de jazidas auríferas foram exploradas no Brasil: 1) as jazidas sedimentares do ouro de aluvião, e 2) as formações rochosas com veios auríferos na pedra.

A Política Fiscal nas Minas

 

No Brasil, sempre que o rei concedia licença às bandeiras para buscar ouro ou prata ou outros metais exigia que pagassem o quinto, segundo a lei do reino.

O direito do rei ao quinto ninguém discutia, embora muitos mineiros pensassem que não estavam obrigados a pagar impostos e procurassem evita-los mediante o contrabando.


A riqueza de ouro em Goiás  

Goiás foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a Minas – aproximadamente 1/6 – e um pouco superior a Mato Groso – talvez 10/7.

Em 1640, o Brasil tinha aproximadamente 170.000 habitantes, que conseguiam produzir e exportar 3,8 milhões de libras em ouro. Em 1740 havia nas minas mais ou menos 450.000 habitantes, que conseguiam produzir e exportar 3,8 milhões de libras em ouro. Em 1740 havia nas minas mais ou menos 450.000 habitantes, que produziam e exportavam ouro no valor de 2,2 milhões de libras. A produção por habitantes na economia do açúcar era de 22 libras, e no tempo do ouro de 5 libras, isto é, quatro vezes menos.

Vemos por esta comparação que a época do ouro não foi tão rica, nem a produção tão grande como às vezes se pensa.

Podemos perguntar. Esta riqueza para onde foi, que proveito trouxe para o Brasil e para Goiás?

Uma dos possíveis respostas pra essa pergunta é a de que o ouro foi para a metrópole e, de lá foi parar no bolso dos banqueiros e industriais ingleses, que ensaiavam, na época, a Revolução Industrial. Goiás pouco ou quase nada recebeu, pois, após o fim do curto período de mineração houve um processo de ruralização da sociedade e definhamento e abandono das arraias e vilas. Alguns sumiram por completo, como é o caso de Ouro Fino.

Goiás pertenceu ate 1749 a capitania de São Paulo. A partir desta data, tornou-se capitania independente.


Quadro Administrativo: a capitania de Goiás

Goiás fora descoberto por paulistas e ra uma terra teoricamente pertencente a capitania de São Paulo.

Por isso de inicio considerado um território de minas dentro da capitania de São Paulo.

Nos primeiros anos o Intendente (responsável pela administração local das minas) foi Bartolomeu Bueno. O Anhanguera. Mas tarde, por causa de certas desordens (na verdade, os motivos foram políticos), foi substituídos pelo ouvidor. A corte portuguesa decidiu tornar Goiás independente de São Paulo, elevando-o à Categoria de Capitania.

Em 1749 chegou a Vila Boa o primeiro Governador e Capitão General, D. Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos. O território goiano passou então a ser denominado Capitania de Goiás, titulo que conservaria ate a independência, quando se tornou Província.

Toda capitania do Brasil um governo próprio e independente, ligado diretamente ao rei e aos organismos centrais de Lisboa, especialmente ao Conselho Ultramarino.

A autoridade principal era o Governador, responsável pela administração e pela aplicação das leis. A justiça a cargo do Ouvidor, independente nesta parte até do próprio governador. A parte da arrecadação de impostos (Fazenda Real) correspondia ao cargo de Intendente, também com bastante autonomia. Essa divisão era meramente teórica pois, constantemente um invadia a esfera de poder do outro, gerando conflitos que por vezes acabava com um derrubado pelo outro, de acordo com o prestigio junto à coroa.


A população de Goiás

Em todo descobrimento de ouro numa terra nova, os primeiro anos são de um dinamismo populacional extraordinário: atraídas pela miragem do ouro, acorrem à região grandes multidões, que percorrem, vasculham e povoam os desertos.

Em 1750, ao tornar-se Goiás capitania, os habitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A população tinha mais que dobrado nestes 25 anos.

Nos trinta anos seguintes, a população continuou aumentando, embora já a um ritmo inferir em 1783 haviam em Goiás quase 80.000 habitantes, um aumento de mais de 50%.


A sociedade em Goiás durante a Colônia

É sabido que a sociedade colonial, como todas as sociedades do Antigo Regime, era uma sociedade que não se fundava no principio da igualdade de todos seus membros.

Mais importante em Goiás, e no Brasil, é a diferença fundamental entre livres e escravos.

A economia açucareira, que dominara os dois primeiros séculos da colonização do Brasil, foi uma economia estruturada sobre o trabalho escravo; conseqüentemente a sociedade do açúcar apresentava como uma de suas estruturas fundamentais a oposição livre x escravo.

Nas áreas de mineração a situação não era diferente, baseava-se no trabalho escravo.

Em 1738 os escravos eram aproximadamente 12.000. Não é possível, por falta de dados , determinar a proporção exata no total da população. Contudo, pode-se afirmar que não devia ser inferior aos 60ou 70%.

Em 1750 os escravos já alcançavam o numero de 20.000; a proporção devia continuar a mesma, ou talvez um pouco inferior.

Em 1804 – primeiro recenseamento que conservamos, o numero de escravos continuou o mesmo, mas a proporção era notavelmente mais baixa: os livres passavam de 30.000, sendo os escravos, portanto, apenas 40% do total.

A que se devia essa tendência à diminuição do numero relativo de escravos nos territórios de mineração?

? a diminuição ou estancamento na importação de escravos (para Goiás);

? a diminuição da produtividade do trabalho escravos, em virtude da escassez do ouro;

? a compra da liberdade;

? a miscigenação;

? o tipo de trabalho (era praticamente impossível na pecuária extensiva).

 

População de goiás – 1804

 

Brancos: 7131, Pardos: 16.531, Pretos: 7.913, Escravos: 19.159.

Pode-se notar, através desse censo, que a quantidade de mão-de-obra negra diminui consideravelmente, isso se deu em virtude do escasseamento do ouro e o deslocamento dessa força de trabalho para outras regiões ou outras ativi8dades.


Tentativas governamentais para o progresso de Goiás

Como medidas salvadoras, o Príncipe Regente – D. João, tendo em vista seus objetivos mercantilistas, passou a incentivar a agricultura, a pecuária, o comercio e a navegação dos rios.

? Foi concedida isenção dos dízimos por espaço de tempo de dez anos aos lavradores que, nas margens dos rios Tocantins, Araguaia e Maranhão fundassem estabelecimentos agrícolas.

? Deu-se especial ênfase à catequese e civilização do gentio com interesse em aproveitar a mão-de-obra dos índios na agricultura

? Criação de presídios á margem dos rios com os seguintes objetivos:

proteger o comércio,auxiliar a navegação e aproveitar o trabalho dos naturais para o cultivo da terra

? Incrementou-se a navegação do Araguaia e Tocantins

? Revogou-se alvará de 5 de janeiro de 1785 que proibia e extinguia fábricas e manufaturas em toda a colônia.Esta revogação foi seguida de estímulos à agricultura do algodão e à criação de fábricas de tecer.


Conseqüências da decadência da mineração

Em 1823, Cunha Matos, enviado ao Norte para reconduzi-lo à união com o Sul, documenta em seus escritos a indolência do povo e a decadência dos arraias sublevados: “Cavalcante é quase nada,... aqui falta tudo, a fome é terrível..., dizem que nas Arrias, Conceição, Flores e Natividade, ainda é pior...”. Somos tentados a fazer a seguinte observação. Eram estes lugares mais prósperos do Norte na fase mineratória. Por que agora esta indolência, este marasmo? Ausência de um produto básico, é o que nos parece real.


A Independência de Goiás

Assim como no Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passes nestes sentidos, deram oportunidade à disputas pelo poder entre os grupos locais.

Especialmente sensível em Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência governamental, proclamou sua separação do Sul.


Primeiras manifestações contra a administração colonial

As insatisfações administrativas existiam mas raramente se manifestava. Foram as câmaras que se manifestaram em primeira linha contra os Capitães Generais, representantes diretos da metrópole.

A dar-se credito na documentação oficial, este movimento não era rico do sentimento nacionalista. Era do clero, que se sentia lesado em seus interesses.

A conspiração foi denunciada e seus principais implicados receberam como castigo deportação para alem de 50 léguas da capital de Goiás.

Os grupos locais, com diferentes idéias e com os mesmos objetivos – o poder – entraram novamente em choque. Houve até mesmo quem falasse em ideal republicano. No entanto, a situação foi dominada por conchados políticos entre as famílias ricas e influentes de Goiás e Meia Ponte, sempre coerente com a ordem constituída, desde que ela lhes oferecesse a direção da futura Província.

Entre estas famílias que dominaram a situação, salientam-se o Rodrigues Jardim, os Fleurys, os Bulhões, que estiveram presentes na conjuntura política durante todo o período de Goiás Província e lançaram raízes nas diretrizes oligárquicas até o fim da chamada Republica Velha.

O primeiro presidente de Goiás, nomeado por D. Pedro, foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824.


O povoamento de Goiás e a expansão da Pecuária

Durante o século XIX a população de Goiás aumentou continuamente, não só pelo crescimento vegetativo, como pelas imigrações dos Estados vizinhos. Os índios diminuíam quantitativamente e a contribuição estrangeira foi inexistente.

A pecuária tornou-se o setor dinâmico da economia.

O incremento da pecuária trouxe como conseqüência, o desenvolvimento da população. Correntes migratórias chegavam a Goiás oriundas do Pará, do Maranhão, da Bahia e de Minas, povoando os inóspitos sertões.


Panorama administrativo, político, cultural de Goiás durante o Império.

As condições sócio-econômicas do Brasil não possibilitaram uma ação administrativa satisfatória em Goiás, durante o século XIX. A política goiana, por outra parte, era dirigida por Presidentes impostos pelo poder central. Somente no fim do período em referencia, começou a adquirir feições próprias. Coexistiu no aspecto cultural um verdadeiro vazio.


Programa Administrativo

Em Goiás, os presidentes exerciam grande influencia na vida política. Eram eles de livre escolha do poder central, sem vínculos familiares, descontentando os políticos locais.

Condicionado por uma serie de fatores, como falta de meios de transporte e comunicação, grandes distancias, descasos administrativos, desequilíbrio entre receita e despesa, ausência de um produto econômico básico, Goiás teve vida medíocre no transcorrer do século XIX, não participou do surto desenvolvimentista do Brasil, embrionário a partir da década de 50 em aceleramento depois dos anos 70.

Nas ultimas décadas do século XIX, grupos manifestaram-se insatisfeitos com a administração e responsabilizaram os Presidentes ‘estrangeiros' pelo grande atraso de Goiás e passaram a lutar pelo nascimento de uma consciência política. Sob pretexto de afastar o “oficialismo político” e assim enfeixar nas mãos o poder, fundaram os partidos políticos – Liberal (1878) e Conservador (1882). Os jornais Tribuna Livre, Publicados Goianos, Comércio, Goyaz, foram propulsores destas idéias e interesses.

A conseqüência de tais movimentos foi a fortificação de grupos políticos locais, lançando as bases das futuras oligarquias goianas.


Movimentos Liberais e a implantação da Republica em Goiás

Goiás acompanhou os movimentos liberais, que grassaram no Brasil durante o século XIX.

A abolição não afetou a vida econômica da Província.

A transformação do regime monárquico em republicano ocorreu sem grandes dificuldades. Os Bulhões, dirigentes do partido liberal após o 15 de novembro, apoiados pelos republicanos, tornaram-se os donos do poder em Goiás.


Félix Bulhões, o Castro Alves goiano

As sociedades abolicionistas de Goiás tornaram maior impulso no ultimo lustro de 70 (século XIX).

A Lei Áurea não encontrou nenhum negro cativo na cidade de Goiás. A noticia da abolição chegou no dia 31 de maio. Não causou surpresa porque havia muito era esperada.

A Lei libertou em toda a Província goiana aproximadamente 4.000 escravos, segundo o historiador Luis Palacin. Número insignificante para uma população que já alcançava cifra superior a 200.000 homens.

Pelo exposto, vimos que a abolição em Goiás não deve ter afetado a economia agro-pastoril.


Implantação do regime republicano em Goiás

Os efeitos de 15 de novembro em Goiás prenderam-se as questões administrativas e políticas. Os fatores sócio-econômicos e culturais não sofreram abalos: o liberto continuou flutuante caminhando para o marginalismo social; as elites dominantes continuaram as mesmas; não ocorreu a imigração européia; os latifúndios improdutivos, áreas imensas por povoar e explorar, decadência econômica sem se pensar em modificar a estrutura de produção; pecuária e agricultura deficitárias; educação em estado embrionário; povo esquecido em suas necessidades, mas usado pelo hábeis políticos, que baixaram decretos em seu nome.


Crises Políticas o Elites dominantes

Os Bulhões continuaram donos do poder como na frase na qual ascendiam os liberais na área nacional.

Agora, com maior margem de mundo, graças à autonomia do estado oferecida pelo novo regime – Federação.


Elites dominantes – Bulhões e Jardim Caiado

Com o Marechal de Ferro (Floriano Peixoto) no poder central consolidaram seu domínio na política de Goiás. O grande líder desta oligarquia foi Jose Leopoldo.

No entanto, em 1908, em decorrência da sucessão senatorial, Goiás viveu clima de intranqüilidade política, desaguando numa revolução (1909).

Nesta luta saíram vitoriosos, mais uma vez, os Bulhões, a esta altura apoiados por Eugenio jardim e Antônio Ramos Caiado, que posteriormente, se tornaram fortes como políticos não só na área regional como na nacional.

Foram desentendimentos entre o grupo bulhônico e os Jardim-Caiado e o apoio da política de Hermes da Fonseca a estes, que levaram a oligarquia dos Bulhões à derrocada.

A partir de 12, a elite dominante na política goiana, vai ser a dos Jardim-Caiado, popularmente conhecida como Caiadismo. No seu inicio os documentos registraram “política Eugenista”.

A política de Hermes da Fonseca denominou-se “Salvações”, consistia em depor os grupos dominantes em vários estados, revestindo de poderes políticos elementos de Farda.

Em Goiás recebeu o bastão do poder político o Coronel reformado Eugênio Jardim, que, por ser cunhado dos Caiados, dividiu com eles o mandonismo estadual. Após a sua morte, Antônio Ramos Caiado tornou-se o verdadeiro chefe político de Goiás.

Seus contemporâneos afirmam que dirigiu Goiás como se fora uma grande fazenda de sua propriedade.

Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de 1930 tornou-se vitorioso. Em Goiás, seu grande opositor foi o médico Pedro Ludovico Teixeira.


Goiás até a Revolução de 30

As três primeiras décadas do século XX na modificaram substancialmente a situação a que Goiás regredia como consequência de decadência a mineração no fim do século XVIII. Continuava sendo um Estado isolado, pouco povoado, quase integralmente rural.


Regime propriedade: classes sociais

  Inexistia uma classe de pequenos proprietários dedicados à lavoura ou à pecuária. Em todo o estado encontramos as propriedades em mãos de poucas famílias aparentadas entre si. Dentro dessa grande propriedade, trabalhavam e viviam seus dependes: sitiantes, vaqueiros, meeiros, camaradas, jagunços, etc., num sistema patriarcal, herdado do período colonial.

A diferença mais profunda encontrava-se no prestigio e no poder. Não existindo uma economia monetária. Trabalhar para alguém não significava simplesmente um contrato de serviço prestado e de salário recebido, era principalmente o estabelecimento de um laço pessoal, de confiança mutua e de dependência pessoal. O empregado tornava-se assim “homem do patrão”, num sentindo real, embora sem o formalismo e sem a ideologia do antigo feudalismo.

Quase poderíamos dizer que o governo só exercia sua jurisdição na capital; os coronéis, o vigário e o juiz (este ultimo mais dependente do governo) eram mantenedores da ordem social.

As distancias, a pobreza de meios econômicos, a carência de um corpo de funcionários adequados são as causa principais deste enfraquecimento do poder central do Estado.


A revolução de 30 e a Construção de Goiânia

A Revolução de embora sem raízes próprias em Goiás, teve uma significação profunda para o Estado. É o marco de uma nova etapa da historia. Essa transformação não se operou imediatamente, no campo social, mais no campo político. O governo passou a propor como objetivo primordial o desenvolvimento de estado. A construção de Goiânia, pelas energias que mobilizou, pela abertura de vias de comunicação que a acompanharam, e pela divulgação do Estado no pais foi o ponto de partida desta nova etapa histórica.

A participação efetiva de Goiás na Revolução limitou-se à ação pessoal de Dr. Pedro Ludovico. Durante sete anos tinha lutado na oposição em Rio Verde. Ao articular-se ao movimento revolucionário ele entrou no esquema mantendo-se em contato com os centros revolucionários de Minas.


Etapas da Construção de Goiânia

A 24 de outubro – como homenagem à revolução – teve lugar ao lançamento da primeira pedra.

A partir deste momento a construção progrediu rapidamente.

A 7 de novembro de 1935 realizou-se a ‘mudança provisória': o governador – Pedro Ludovico – deixou Goiás para fixar sua residência em Goiânia.

Em Goiás ficaram ainda a Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva teve lugar em 1937, quando os principais edifícios públicos já estavam concluídos, embora a cidade do ponto de vista urbanístico ainda se encontrassem em seus começos.

As famílias que dominaram o cenário de Goiás ao longo de sua historia, deixaram como herança, alem de suas realizações seus próprios nomes, que resistiram ao labirinto de tempo e das mudanças políticas locais, demonstrando a força da tradição em Goiás.

O Dr. Pedro Ludovico permaneceu no governo de Goiás pelo mesmo período que Vargas ficou no poder (1930 – 45/1951-54).


O populismo em Goiás

  Os governos do Estado que se sucederam no período de 1946 – 1964 procuraram inserir Goiás no processo produtivo nacional e, portanto, dedicaram-se à soluções de dois problemas principais: infra-estrutura básica e comunicação.


Governadores

  •  Eládio Amorim (1945-46)

•  Felipe Xavier (1946)

•  Belarmino Cruvinel (1946)

•  Coimbra Bueno (1947-50)

Com o “queremismo” e a eleição de Getulio Vargas, Pedro Ludovico voltou a assumir o Governo goiano, ficando de 1951-54. Com o suicídio de Vargas, Pedro afastou-se do governo em Goiás.

Apoiado por Pedro Ludovico, foi eleito Jose Ludovico de Almeida (Juca Ludovico) que governou o Estado de 1955 a 1959. Após o seu governo foi eleito José Feliciano Ferreira (1959-61).

Em 1961, foi eleito Mauro Borges Teixeira (filho de Pedro Ludovico) que permaneceu até 1964, quando foi cassado pelos militares. Mauro criou o IPASGO, CAIXEGO, IDAGO e IQUEGO.

Governos de Goiás no período militarismo:

•  Meira Matos (1964-1965)

•  Otavio Lage (1966-1970)

•  Leonino Caiado (1971-1975)

•  Irapuan Costa Jr. (1975 – 1978)

•  Ari Valadão (1978 – 1983)

Com a redemocratização do Brasil, Íris Rezende, foi eleito governador de 1983-1986, quando renunciou para ser ministro da agricultura do governo Sarney. Seu vice Onofre Quinan concluiu o mandado em 1987.

De 1987-1991 o Estado foi governado por Henrique Santillo.

Em 1991, Íris Rezende foi eleito novamente, permanecendo ate 1994, quando renunciou para ser Ministro da Justiça do governo Itamar Franco, seu vice Agenor Rezende concluiu o mandado em 1995.

Maguito Vilela foi eleito, governando o estado de 1995-1999.

Nas eleições de 1998, íris perdeu as eleições para Marconi Perillo, dando inicio ao “Tempo Novo”. Marconi foi reeleito...

E a história continua (...)


Exercício de Fixação

  •  Governo de Getulio Vargas (1930-45) introduziu formas distintas de gestão do Estado e da Sociedade brasileira e imprimiu importantes mudanças no país, como um todo. A respeito dessas mudanças, pode se afirmar que:

•  Incentivou-se a ocupação da região Centro-Oeste, através da chamada “Marcha para o Oeste” retomando a integração econômica de Goiás com a região Sudeste.

•  Em Goiás houve o rompimento da ordem oligárquica com a ascensão de Pedro Ludovico à chefia do Estado. O governador representava os anseios dos novos grupos emergentes na sociedade goiana: operariado, classes medias e industriais.

•  Incentivou-se a formação de um novo homem brasileiro, a partir da valorização do civismo e da disciplina.

•  O Estado estimulou a formação de organizações políticas democráticas e defendeu a liberdade de expressão no auge do Estado Novo.

•  A “Marcha para o Oeste” modificou a estrutura agrária da região Centro-Oeste. Com a política de colonização do governo Vargas o latifúndio deixou de ser predominante na região.

•  O estado passou a controlar os principais fatores do processo de industrialização, com a intenção de fortalecer o crescimento das industrias de base que eram essenciais ao processo de industrialização do Brasil.

•  Atividade pecuarista alargou as nossas fronteiras, rompendo os limites do povoamento litorâneo característico da produção de açúcar. Penetrando no sertão brasileiro, a atividade pecuarista criou seu próprio mundo. Em relação a esta atividade, pode se dizer que:

•  A vastidão do território brasileiro foi pacificamente sendo ocupada por uma multidão de animais e homens. A montagem da fazenda envolvia intensa mão-de-obra no cuidado com os animais e na preparação dos pastos.

•  Adentrando-se pelo sertão, a atividade pecuarista exigiu que, gradualmente, se iniciasse a construção de estradas de ferro necessárias ao transporte de animais.

•  Em Goiás a atividade pecuarista no século XIX, foi responsável pela integração econômica da região como produtora de leite e exportadora de carne.

•  Os rodeios e festas de peão, realizados em quase todo o país, são manifestações culturais que unificam a dimensão rural e urbana da sociedade brasileira.

•  Goiânia tem na exposição agropecuária sua principal festa popular, o que indica a força do mundo rural no meio urbano.

•  Quando você caminha lentamente pelas ruas seculares da antiga vila boa grande ou pelas ruas de pedra de pó de Pirenópolis, aquelas imagens de ruas, casas, tradições e ambientes refletem um tempo que ficou na memória do povo, permaneceram no imaginário e conta, ao som do carro-de-boi e do apito do trem-de-ferro, uma parte significativa da História de Goiás, Goiânia, veio a simbolizar o advento do novo tempo, da arquitetura arrojada, do moderno, da urbanização e da velocidade do passos que passam pelos passantes entre poucas carroças e inúmeros veículos, entre o passo cadenciado do passado e o piso concreto do presente.

Em todo o piso o trajeto da historia de Goiás, os transportes e as cidades marcaram época, realizaram transformações e alteram as rotas de desenvolvimento.

Sobre o desenvolvimento das cidades, e dos transportes no processo histórico de Goiás, é correto afirmar que:

•  Goiás viveu u estado de solidão onde a ausência de estradas trafegáveis definiu o padrão econômico da região a partir de atividade de subsistência. Em relação ao passado minerador, os que por aqui passavam enxergavam algo em comum: a decadência.

•  As cidades, imersas no solitário ambiente do mundo rural goiano, não só representavam um promissor mercado de consumo, mas também serviam de entreposto comercial com os principais centros desenvolvidos do país, incrementado, paulatinamente, atividades manufatureiras como a tecelagem, que ocupou papel de destaque na economia goiana no inicio do século XX.

•  Com o advento da ferrovia ao sul e da ferrovia no sudoeste, foi criado um dos alicerces básicos para a participação política destas regiões no cenário regional, uma vez que esses meios de transporte dinamizaram o fluxo comercial do Estado e ajudaram a incrementar um processo de urbanização naquelas regiões.

•  A navegação fluvial, principalmente a vapor, torna-se ao longo dos anos 30, o principal meio de transporte do Estado, aproveitando as potencialidades fluviais dos rios Araguaia e Tocantins.

•  A lentidão com que ferrovias penetraram no território goiano nas décadas, de 30 e 40 demonstrava não só as acirradas disputas políticas a favor e contra a expansão dos trilhos, mas também a incapacidade do Estado em desenvolver uma política de transporte mais agressiva.

•  Após a revolução de 30, dá-se a intensificação das comunicações e dos transportes e as estradas de rodagem fazem frente, cada vez mais, as ferrovias, ao mesmo tempo em que a construção das regiões sul e sudoeste.

•  Na segunda metade do século XIX, surgiram na Brasil as ferrovias no processo de modernização dos meios de transportes como o apoio de capitais estrangeiros, em sua maioria ingleses. Assim, construíram-se troncos ferroviários na região Sudeste para atender aos interesses dos produtores de café no escoamento da produção para os portos do Rio de Janeiro e santos. Já no inicio do século XX, implantou-se a Companhia de Estradas de Ferro de Goiás com investimentos de capitais franceses. Sobre a construção das ferrovias, julgue os itens abaixo:

•  Para a instalação da rede ferroviária na regia Sudeste foi necessário reunir um capital considerável, pois a concessão de privilégios (garantia de juros baixos entre outros) por parte do governo não era suficiente. Assim, os capitais ingleses, na forma de empréstimos e de investimentos, foram aplicados na construção de vários troncos.

•  A construção da estrada de ferro em Goiás visava à inserção da economia da estado nos mercados capitalistas das regiões Norte e Nordeste, muito interessados na compra do milho e das carnes bovina e suína.

•  A Estrada de Ferro de Goiás e a implantação das charqueadas nas cidades ao longo dos trilhos possibilitam um crescimento substancial da pecuária, pois a carne, em parte industrializada e em parte como gado gordo para o abate, era exportada para os mercados paulistas com custos mais baixos.

•  A implantação pioneira do transporte ferroviário em Goiás explica-se pela dinamicidade das relações comerciais inter-regionais e internacionais e pelo fato de a ferrovia ter-se tornado a principal via de comunicação com a região Sul.

•  Já afirmamos, e o repetimos sem receio de contradita, que o que representa o presidente Getulio Vargas, para o Brasil, representa Pedro Ludovico para Goiás. Revista Oeste, ano II, novembro de 1943, p.369, Goiânia: Ed. UCG, 1983. Ed. Fac-Similar.

A comparação entre Pedro Ludovico e Getulio Vargas abre uma perspectiva de analise política que permite o debate entre os acontecimentos regionais e sua repercussão nacional. Acerca das relações entre região e ação nessa conjuntura (1937-45), pode-se afirmar que:

•  o regionalismo era uma força política incontestável. As lideranças locais dominavam o processo de decisões e se impunham ao poder central, pois controlavam os votos e cargos políticos da região.

•  No governo Vargas, a excessiva descentralização política foi substituída por um tipo de controle fundado na idéias liberais: o respeito à constituição e às liberdades democráticas definiram um novo sentido para a atividade política.

•  Entre Vargas e Ludovico, há um horizonte de aproximação que se fundamenta no projeto de centralização do poder, na estratégia de ocupação das regiões interioranas e no personalismo como forma de dominação política.

•  A aproximação entre Vargas e Ludovico vincula-se ao estabelecimento de políticas sociais que permitiam a livre organização dos trabalhadores como forma de combater o poder das antigas oligarquias regionais.

•  Em setembro de 1987, ocorreu o que ficou conhecido como “acidente radioativo de Goiânia”, Wagner Mota, desempregado dirigiu-se aos escombros do Instituto goiano de Radioterapia (IGR), apoderando-se de uma quantidade considerável de chumbo (98kg) que protegia, sem que ele soubesse, uma cápsula de césio de um aparelho de raio X. vendido para o ferro-velho de Devair Ferreira, o material passou a ser tratado como objeto de diversão (o azul da Prússia, brilhante no escuro). Quatro pessoas morreram na época e quatro outras, mais tarde. Cerca de 700 pessoas foram contaminadas.

Sobre esse episodio recente da historia de Goiânia, pode-se afirmar que:

•  Goiânia passou a ser chamada de a “Chernobyl do Brasil” e ficou conhecida no mundo todo: povo e os produtos goianos passaram a ser estigmatizados.

•  O Comitê de Defesa de Goiânia reuniu pessoas interessadas em apurar responsabilidades, exigindo um programa de ações para o amparo das vitimas e da cidade. A Fundação Leide das Neves foi criada para dar assistência às vitimas.

•  Na época, Goiânia sediou uma competição internacional que desviou a atenção da população e atrasou o diagnostico e tratamento do problema.

•  A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), a União e os médicos do IGR saíram ilesos do episódio: a prontidão na localização e solução do problema provou o preparo do sistema brasileiro de gestão de materiais radioativos.

•  O estrangeiro é o outro. O olhar distante na realidade presente, o sentido do progresso na miséria do lugar, o caminho deserto na estrada do lucro, o negócio no lugar do ócio. O viajante europeu que passou por Goiás no século XIX deixou como herança de seu olhar a idéia de decadência para se compreender a sociedade goiana que transitava de uma economia, com base na mineração, para atividades ligadas à agropecuária. Assim, o olhar do outro viu muito de tudo dentro de suas concepções de mundo e de cultura. Goiás e sua cultura não tinham as referencias do desenvolvimento capitalista europeu do século XIX.

Com relação à visão dos viajantes europeus sobre a sociedade goiana do século XIX é correto afirmar-se que:

•  Os viajantes europeus, quase sempre, advinham de paises cujo desenvolvimento capitalista era crescente, com o lucro comandando o ritmo dos negócios. Em seus paises de origem o crescimento urbano e populacional apresentava um ritmo acelerado que era acompanhado pelo desenvolvimento dos meios de transporte;

•  Ao transitar da mineração para a agropecuária, a sociedade goiana deu u salto qualitativo de vida contanto com maior urbanização, desenvolvimento dos meios de transportes e aumento significativo da produção agrícola devido à transição do trabalho escravo para o assalariado;

•  Os viajantes europeus, ao constatarem a “decadência” da sociedade goiana, pressupunham a existência de uma época de fatusto e esplendor no período mineratória de Goiás, não encontra respaldo históricos, o que tona difícil, historicamente comprovar a decadência de uma sociedade sem a constatação de seu prévio desenvolvimento;

•  Apesar do desnível do desenvolvimento goiano em relação à Europa, os viajantes estrangeiros compreenderam que tais comportamentos eram derivados dos padrões econômicos e culturais de Goiás, o que os levou a relativizar as analises acerca da sociedade goiana;

•  Além da riqueza da flora e da fauna goianas, os viajantes europeus ficaram maravilhados com o grande numero de casamentos, o que era positivo devido à formação cristã da época, além de constarem uma forte atividade econômica ligada à agroindústria, fruto desenvolvimento dos transportes ferroviários e fluviais que aproveitaram os rios Araguaia e Tocantins.

•  Country, caipira, countrypira, sertaneja..., Goiânia recebeu, ao longo de sua historia, tentativa de rótulos que não conseguiram resumi-la numa ou noutra tendências. Suas múltiplas manifestações sócio-culturais praticamente impedem que sua heterogeneidade possa ser inserida redonda de vontades de qualquer passageiro político. Tal fato encontra respaldo no processo histórico de Goiás desde os primórdios da formação sócio-política, econômica e cultural do povo goiano.

Podem ser apontados, entre outros, os seguintes fatores, capazes de justificar historicamente a diversidade cultural presente em Goiás.

•  A “mesclagem” cultural que se processou na época da mineração em Goiás, unindo Índios, brancos e negros, de onde se projetou o homem “pardo”, tipo característico do goiano, que trazia em sua formação indícios culturais das etnias que o formaram

•  As atividades econômicas e agropecuárias que moldaram um tipo de vida ligada ao campo – ao gado e a lavoura, fazendo com que varias formas de relações de trabalho – rendeiro, moeiro, assalariado, etc. – manifestasse, suas formas culturais heterogenias que iam desde a religiosidade, com base no catolicismo, ate os ritos pagãos, advindos da cultura indígena e africana.

•  As diversas influências culturais européias, de base católica, que foram trazidas por religiosos e adaptadas ao contexto goiano, em forma de festas, passaram a congregar raças, classes e credos m torno de um objeto comum, através do exercício da cidadania, fora das fronteiras do Estado.

•  O fato de Goiânia se plural, capital moderna e planejada, construída dentro do interior (Campinas), mesclando elementos urbanos e rurais, vários imigrantes e migrantes, povos e raças distintos, fez com que se tornasse uma capital heterogênea, onde um único rotulo não a expressa historica e culturalmente.

•  A forte influência das manifestações culturais ligadas, ao mundo rural que, ao migrarem para o espaço urbano, o gosto pela moda-de-viola e sua relação no mundo urbano com musica sertaneja.

•  As famílias que dominaram o cenário político de Goiás, ao longo de sua historia, deixaram como herança, alem de suas realizações, os seus próprios nomes que resistiram ao labirinto do tempo e das mudanças políticas. Transformaram-se em referencias para a compreensão da política local, demonstrando a força da tradição em Goiás. As lideranças políticas, portanto, carregam, alem de propostas políticas e partidárias, a marca do passado. Lideres políticos exercem, desta maneira, um controle político quase absoluto sobre o Estado e ganham, simultaneamente, projeção nacional. Sobre estas lideranças “quase-intemporais” que estão presentes na vida política de Goiás, é correto afirmar que:

•  Antonio Ramos Caiado, o “Totó Caiado”, controlou, através de seus partidários, a vida administrativa e política de Goiás, ao longo da primeira República. Era tido como representantes dos interesses das oligarquias locais, transformando o sobrenome Caiado em uma marca tradicional da política goiana;

•  A partir dos anos 30, Pedro Ludovico Teixeira transformou-se na “encarnação” da política goiana. Interventor e Senador controlou, politicamente o estado até os anos 40. Além da construção de Goiânia, que o notabilizou, deixou sua herança política nas mãos de seu filho Mauro Borges, que governou o Estado nos anos 60;

•  Destacaram-se também, dentre as importantes família de Goiás na atualidade os Bulhões. Políticos de carreira desde os fins da Era Vargas, ocuparam importantes cargos no poder Executivo goiano e foram escolhidos governadores “biônicos” em Goiás durante o regime militar.

•  Íris Resende, ex-prefeito de Goiânia, foi casado pelos militares retomando sua carreira política nos anos 80 com o processo de abertura política. Ocupou a posição de governador de Estado por duas vezes, foi Ministro da agricultura do governo Sarney e exerce uma incontestável liderança no Estado. No entanto, não advém de nenhuma família tradicional da política goiana;

•  O Partido dos Trabalhadores (PT) não está isento das influencias familiares em Goiás, na medida em que sua criação está vinculada aos conflitos entre lideranças tradicionais que acabaram abrigando-se no partido;

•  Ronaldo Caiado ganhou projeção política através da UDR e vem se firmando como importante líder no Estado. Ganhou notoriedade na defesa dos interesses ruralistas e conserva a tradição familiar, que teve origem em Antonio Ramos Caiado.

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•  PALACIN Luis, Sociedade Colonial, editora UFG, 1981.

•  Exercícios extraídos dos últimos vestibulares realizados pela UFG e UEG.

Vestibular matéria de história para estudar para o vestibular - História da Cidade de Goiás - Goiás Velho.